Endurecer as regras do sistema eleitoral e banir os ‘fichas
sujas’ da política brasileira. Este é o objetivo do juiz Márlon Reis, um dos
diretores do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) e um dos autores
do projeto que culminou com a Lei da Ficha Limpa. Para tanto, o magistrado
informou que o movimento decidiu que o próximo projeto de lei de iniciativa
popular será relativo à reforma política, que se arrasta há anos no Congresso
Nacional.
Márlon Reis adiantou, em uma entrevista concedida por e-mail
ao Correio, que o novo projeto terá uma envergadura incomparavelmente maior que
a do Ficha Limpa. “Por isso, temos que ser criteriosos ao extremo”, destacou.
Ele explicou que o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral tem 30 comitês espalhados
por todo o território nacional e que a campanha se dará por meio da coleta de
assinaturas em todos os Estados.
“Além disso, faremos um uso avançado da comunicação nas
redes sociais. Temos recebido contatos de pessoas e empresas que se apresentam
como voluntárias para isso. A Web será um grande canal de mobilização”, afirmou
Márlon Reis.
O magistrado disse que pretende coletar, no mínimo, 1,5
milhão de assinaturas. “Pela Constituição, exige-se a coleta de assinaturas em
número correspondente a 1% do eleitorado, o que hoje corresponde a algo em
torno de 1,4 milhão de subscritores”, explicou.
De acordo com o juiz, a campanha em prol da reforma política
deverá ser lançada oficialmente em abril deste ano. Ele informou que, no
momento, estão sendo discutidos os detalhes do projeto. No entanto, garantiu
que será apresentado à sociedade um modelo eleitoral transparente, que envolva
menores custos e que dê aos candidatos chances mais igualitárias nas disputas.
“O sistema eleitoral também pode ser um meio de inclusão
política e de engrandecimento da cidadania. Esses são os nossos principais
objetivos. Precisamos derrotar o caciquismo e o abuso de poder”, afirmou Márlon
Reis.
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