quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Por Padre Antoniel Batista - Um dom chamado Vida



O Advento é período de esperança pela vinda de Jesus, ou seja, pelo Seu nascimento, não que Ele tenha que se encarnar de novo, pois já o fez de uma vez por todas há dois mil anos, mas seu significado está em renascer nos corações humanos e nos convida a refletirmos sobre o mistério da chegada do Deus da vida que quis fazer-se homem e habitar no meio de nós, por isso celebramos o Natal do senhor.

Às vezes falar da vida e do sentido de viver é fazer poesia, pois mesmo que busquemos apresentar tudo de modo o mais imparcial possível, ainda sim termos de sermos artistas para expressar o valor da vida, pois sem a sensibilidade e alma de artista não se consegue pintar um belo quadro do que seja esse grande e preciso dom de Deus chamado EXISTÊNCIA HUMANA. É bem verdade que muitas vezes não temos certezas sobre o que ela nos tem preparado, mas penso que seja exatamente este mistério que a envolve que a torna uma aventura digna de ser experimentada e um real desafio lançado para que aprendamos a desbravar novos horizontes.

Alguns dizem que viver é uma condição de nossa existência que, diante da qual, não temos muitas escolhas, pois ou tudo já estaria traçado em nosso destino ou mesmo não existiria nenhum sentido concreto para nosso nascimento, para nossa vinda ao mundo. Porém eu penso que seja propriamente a falta de questionamento existencial, de sentido vago e incerto de si mesmo ou o que é pior: perda da aspiração pela vida. Devemos entender que nenhum destino é imutável, nem tão pouco estamos no mundo sem um “por que” ou um “para que”... Sempre podemos encontrar, ou mesmo dar sentido às experiências que vivemos e caso sejam dolorosas, difíceis e incertas devemos observar que elementos de crescimento e amadurecimento tais circunstâncias nos oferecem, pois sempre nos é ofertado algo, pode observar atentamente.

Quando temos a oportunidade de conversarmos com pessoas que já passaram por diversas experiências, sejam elas belas e admiráveis pelas grandes aventuras que viveram ou com aquelas que tiveram uma história de vida com muitas privações, dores e lutas, mas consequentemente também de vitórias, percebemos que todas elas, se souberam viver intensa e fielmente suas tentativas existenciais, hoje são pessoas de grande ensinamento humano e posso dizer ainda: de grande sabedoria adquirida por meios de suas conquistas, mas isso porque resolveram encarar a vida de frente sem temer sofrer decepções ou perdas, que por tantas vezes são inevitáveis em nossas histórias, mas também portam consigo muitos belos acontecimentos e recordações dignos de serem guardados em nosso coração para todo sempre!

Por que será que nossas vidas, ou melhor, o sentido que damos para ela, tantas vezes, é tão vazio, tão sem graça, sem muito sabor nem dinâmica? Isso é uma pergunta a ser respondida por nós mesmos e não esperarmos respostas vindas de outros que não são capazes de apresentá-las com propriedade por nós mesmos, pois cada pessoa é única, cada missão deve ser cumprida por aquele a quem lhe foi confiada. Por tanto, devemos procurar o “cofre-forte” dos tesouros de nossa vida, assim como verdadeiros caçadores, como um explorador que vai a uma Ilha ou floresta, jamais explorada antes, em busca de um “Arca perdida”, da qual sabemos que é de valor inextinguível e que especialmente para nós tem uma importância única e que dará verdadeiramente sentido a nossa existência.

Tenhamos coragem de desafiarmos a nós mesmos e superarmos das dificuldades que são inerentes à condição humana, vivamos novas e perenes experiências, as quais poderão nos conduzir à certeza felicidade, ao menos como reflexo daquela que nos espera na Eternidade, pois é lá que se encontra o Principio e o Fim de todas as coisas chamadas à vida: Deus.

Pe. Antoniel Batista dos Santos


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