O Advento é período de esperança pela vinda de Jesus, ou
seja, pelo Seu nascimento, não que Ele tenha que se encarnar de novo, pois já o
fez de uma vez por todas há dois mil anos, mas seu significado está em renascer
nos corações humanos e nos convida a refletirmos sobre o mistério da chegada do
Deus da vida que quis fazer-se homem e habitar no meio de nós, por isso
celebramos o Natal do senhor.
Às vezes falar da vida e do sentido de viver é fazer poesia,
pois mesmo que busquemos apresentar tudo de modo o mais imparcial possível,
ainda sim termos de sermos artistas para expressar o valor da vida, pois sem a sensibilidade
e alma de artista não se consegue pintar um belo quadro do que seja esse grande
e preciso dom de Deus chamado EXISTÊNCIA HUMANA. É bem verdade que muitas vezes
não temos certezas sobre o que ela nos tem preparado, mas penso que seja
exatamente este mistério que a envolve que a torna uma aventura digna de ser experimentada
e um real desafio lançado para que aprendamos a desbravar novos horizontes.
Alguns dizem que viver é uma condição de nossa existência
que, diante da qual, não temos muitas escolhas, pois ou tudo já estaria traçado
em nosso destino ou mesmo não existiria nenhum sentido concreto para nosso
nascimento, para nossa vinda ao mundo. Porém eu penso que seja propriamente a
falta de questionamento existencial, de sentido vago e incerto de si mesmo ou o
que é pior: perda da aspiração pela vida. Devemos entender que nenhum destino é
imutável, nem tão pouco estamos no mundo sem um “por que” ou um “para que”...
Sempre podemos encontrar, ou mesmo dar sentido às experiências que vivemos e
caso sejam dolorosas, difíceis e incertas devemos observar que elementos de
crescimento e amadurecimento tais circunstâncias nos oferecem, pois sempre nos
é ofertado algo, pode observar atentamente.
Quando temos a oportunidade de conversarmos com pessoas que
já passaram por diversas experiências, sejam elas belas e admiráveis pelas
grandes aventuras que viveram ou com aquelas que tiveram uma história de vida com
muitas privações, dores e lutas, mas consequentemente também de vitórias,
percebemos que todas elas, se souberam viver intensa e fielmente suas tentativas
existenciais, hoje são pessoas de grande ensinamento humano e posso dizer
ainda: de grande sabedoria adquirida por meios de suas conquistas, mas isso porque
resolveram encarar a vida de frente sem temer sofrer decepções ou perdas, que
por tantas vezes são inevitáveis em nossas histórias, mas também portam consigo
muitos belos acontecimentos e recordações dignos de serem guardados em nosso
coração para todo sempre!
Por que será que nossas vidas, ou melhor, o sentido que
damos para ela, tantas vezes, é tão vazio, tão sem graça, sem muito sabor nem
dinâmica? Isso é uma pergunta a ser respondida por nós mesmos e não esperarmos
respostas vindas de outros que não são capazes de apresentá-las com propriedade
por nós mesmos, pois cada pessoa é única, cada missão deve ser cumprida por
aquele a quem lhe foi confiada. Por tanto, devemos procurar o “cofre-forte” dos
tesouros de nossa vida, assim como verdadeiros caçadores, como um explorador
que vai a uma Ilha ou floresta, jamais explorada antes, em busca de um “Arca
perdida”, da qual sabemos que é de valor inextinguível e que especialmente para
nós tem uma importância única e que dará verdadeiramente sentido a nossa
existência.
Tenhamos coragem de desafiarmos a nós mesmos e superarmos
das dificuldades que são inerentes à condição humana, vivamos novas e perenes
experiências, as quais poderão nos conduzir à certeza felicidade, ao menos como
reflexo daquela que nos espera na Eternidade, pois é lá que se encontra o
Principio e o Fim de todas as coisas chamadas à vida: Deus.
Pe. Antoniel Batista dos Santos
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