Para reforçar a realização do exame, o Ministério da saúde
pretende mobilizar estados, municípios e a sociedade civil, para a testagem de
HIV e também de sífilis e hepatites B e C
Com apenas uma gota de sangue colhida, o resultado do teste
rápido sai em 30 minutos
Parceria entre estados, municípios, sociedade civil e
Ministério da Saúde vai realizar uma mobilização nacional para testagem de
sífilis, HIV e hepatites B e C. A estratégia faz parte das ações que marcam o
Dia Mundial de Luta contra a Aids, lembrado em 1º de dezembro.
Durante 10 dias, as pessoas que desejarem saber se têm o
vírus devem procurar as unidades da rede pública de saúde e os Centros de
Testagem e Aconselhamento (CTA). A campanha deste ano terá a seguinte
abordagem: “Eu vivo com HIV e sei disso. A diferença entre nós é que você pode
ter o vírus e não saber. Vá à unidade de saúde e faça o teste de aids”.
Cerca de 70% dos pacientes que vivem com aids no Brasil, e
que estão em terapia antirretroviral, apresentam cargas virais indetectáveis.
Isso significa que as pessoas que têm a infecção e recebem medicamentos pelo
Sistema Único de Saúde (SUS) estão vivendo cada vez mais. “O Ministério da
Saúde considerou como prioridade trabalhar, não apenas o dia de combate à Aids,
como também essa ação de mobilização. A campanha serve para alertar sobre a
importância do diagnóstico precoce, com ampliação do acesso da população aos
testes rápidos nas unidades básicas de saúde”, frisou o ministro da Saúde
Alexandre Padilha.
Entre as ações, está o lançamento do novo boletim
epidemiológico, que traz, como novidade, a inclusão de informações sobre
monitoramento clínico dos pacientes, carga viral, contagem de CD4 (situação do
sistema imunológico) e tratamento.
Estudo do Ministério da Saúde destaca a ampliação da
testagem em pacientes que realizam o pré-natal. De acordo com o boletim, foi
revelado que, em 2004, 63% das mulheres gestantes realizaram o teste. Entre
2010 e 2011, esse índice foi de 84%, um aumento de 21 pontos percentuais.
O boletim mostra ainda queda de 12% no coeficiente de
mortalidade padronizado (número de óbitos para cada 100 mil habitantes
utilizando-se uma população padrão). A taxa de 6,3 óbitos por 100 mil
habitantes em 2000 caiu para 5,6 em 2011.
Para a mobilização nacional, o Ministério da Saúde enviou às
capitais, 386.890 testes rápidos para HIV, 182.500 para sífilis, 93 mil para
hepatite B e 93 mil para a C. No total, foram 755.390 unidades de insumos,
conforme a solicitação de cada estado. Os testes rápidos para diagnóstico de
HIV/aids, hepatites virais e sífilis estão disponíveis, gratuitamente, em toda
a Rede Pública de Saúde.
Exames
A partir dessa quinta-feira até 1º de dezembro – as unidades
da estratégia de mobilização “Fique Sabendo” estarão em todos os estados do
País, oferecendo a testagem para HIV/aids, sífilis e hepatites B e C. Com
apenas uma gota de sangue colhida, o resultado do teste rápido sai em 30
minutos. A pessoa recebe aconselhamento antes e depois do exame, e em caso
positivo, é encaminhada para o serviço especializado.
A realização do teste é recomendada para toda a população,
especialmente para alguns grupos populacionais em situação de maior
vulnerabilidade para a infecção pelo HIV, como homens que fazem sexo com homens
(HSH) (54%), mulheres profissionais do sexo (65,1%) e usuários de drogas
ilícitas (44,3%). Isso porque a epidemia no Brasil é concentrada e o País
focaliza, prioritariamente, as ações de prevenção do governo federal nessas
populações.
Desde a sua implantação em 2005, foi registrado aumento de
340% no número de testes ofertados (de 528 mil, 2005, para 2,3 milhões, em
2011). De janeiro a setembro deste ano, já foram distribuídas 2,1 milhões de
unidades do exame. A expectativa é fechar 2012 com a remessa de cerca de 2,9
milhões, apenas para detecção do HIV.
Dados
A taxa de incidência de aids no Brasil tem se mantido nos
mesmos patamares, nos anos recentes, embora apresente diferenças regionais
Os dados apontam que a taxa de incidência da aids no Brasil, em 2011, foi
de 20,2 por 100.000 habitantes. Nesse ano, foram registrados 38,8 mil casos
novos da doença. O maior volume de casos continua concentrado nos grandes
centros urbanos.
Enquanto o Sudeste apresenta redução na taxa de incidência
de 27,5, em 2002, para 21, em 2011, as regiões Sul, Norte e Nordeste
registraram tendência de aumento de casos. No Centro-Oeste, a epidemia é
considerada estável.
Segundo o balanço, o coeficiente nacional de mortalidade
caiu de 6,3 mortes para cada 100 mil habitantes, em 2000, para 5,6, em 2011. Na
última década, o país apresentou uma média de 11.300 mortes por ano provocadas
pela aids.
Em outubro desse ano, o Ministério da Saúde assinou acordo
com os laboratórios Farmanguinhos, Fundação Ezequiel Dias e Laboratório
Farmacêutico do Estado de Pernambuco para a fabricação da dose fixa combinada
(uma só pílula) dos antirretrovirais tenofovir, lamivudina e efavirenz, o
chamado tratamento 2.0. A iniciativa vai facilitar a adesão do paciente ao
tratamento da aids, seguindo tendência mundial de simplificar os esquemas de
terapia. A expectativa é que o comprimido único já esteja disponível no SUS em
2013.
Campanha
O tema da campanha pelo Dia Mundial de Luta contra a Aids
deste ano irá destacar a importância de se realizar o teste, tendo como
porta-vozes pessoas que vivem com HIV/aids. A estratégia prevê veiculação de
mensagens de promoção ao diagnóstico de HIV, com base nos direitos humanos e no
combate ao estigma e preconceito. A divulgação nacional será feita em TV, rádio,
salas de cinema e internet.
As mensagens irão mostrar que o teste é um processo seguro,
sigiloso e acessível na rede pública. Os protagonistas da campanha, que vivem
com HIV e descobriram sua sorologia por meio do teste, irão incentivar a
realização do exame. Das 530 mil pessoas que vivem com HIV no Brasil
atualmente, 135 mil desconhecem sua situação e cerca de 30% dos pacientes ainda
chegam ao serviço de saúde tardiamente.
A campanha também incentiva os profissionais de saúde a
recomendarem a testagem aos pacientes, independente de gênero, orientação
sexual, comportamento ou contextos de maior vulnerabilidade.
Fonte: Agência Brasil
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