segunda-feira, 25 de junho de 2012

Por Rau Ferreira - Escola da vida


Minha escola não tem muros
Minha escola não tem portão
Aprendo as coisas do mundo
Com muita sofreguidão.

O dia começa escuro
Sem qualquer hesitação
E termina sujismundo,
Rasgando o pé no chão.

Aqui não se tem futuro
Também não há reprovação
Apenas um labutar profundo
De necessária abnegação.

Vivo da vida o entulho
Que o avarento faz colchão
Sofro as misérias do mundo
Sem teto e sem opinião.

A comida é resto de embrulho
Misturada com ingratidão
Se o Pai celeste toca fundo
Mais profunda é a desatenção.

Não durmo com o barulho
O frio é minha razão
Não pára por um segundo
Pego logo o estradão.

Se me negaram o estudo
Muito mais a satisfação
Dizem “são coisas do mundo”
Mas do mundo não sou não!

Não fosse esse seguro
- ganhar de Deus a salvação -
Minha escola não teria
Nenhuma outra diplomação.

Esperança, 19 de junho de 2012.
Rau Ferreira

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