Na PB, gastos com atendimentos a motociclistas aumentaram
65%
Acidentes de trânsito pressionam a rede pública de saúde e
lotam prontos-socorros do país
Levantamento do Ministério da Saúde mostra que, na Paraíba,
o custo de internações por acidentes com motociclistas pagas pelo Sistema Único
de Saúde (SUS) cresceu 65% de 2008 a 2011, passando de R$ 2,4 milhões para R$ 4
milhões. O crescimento dos gastos acompanha o aumento das internações que
saltou de 1.888 para 3.115 hospitalizados no período. Em 2010, 220
motociclistas morreram em acidentes de trânsito.
“O Brasil está, definitivamente, vivendo uma epidemia de
acidentes de trânsito e o aumento dos atendimentos envolvendo motociclistas é a
prova disso. Estamos trabalhando para aperfeiçoar os serviços de urgência no
SUS, mas é inegável que esta epidemia está pressionando a rede pública”, avalia
o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
O gasto com atendimentos a motociclistas no país, em 2011,
foi 113% maior do que em 2008, passando de R$ 45 milhões para R$ 96 milhões. O
número de internações passou de 39.480 para 77.113 hospitalizados no mesmo
período e o número de mortes aumentou 21% nos últimos anos – de 8.89, em 2008,
para 10.825 óbitos em 2010. Com isso, a taxa de mortalidade cresceu de 4,8
óbitos por 100 mil habitantes para 5,7/100 mil entre 2008 e 2010.
“A elevação dos acidentes envolvendo motociclistas fez com
que, pela primeira vez na história, a taxa de mortalidade deste grupo superasse
a de pedestres (5,1/100 mil) e a de outros veículos automotores (5,4/100 mil),
como carros, ônibus e caminhões”, alerta Padilha.
PREVENÇÃO – Para enfrentar o avanço dos acidentes de
trânsito, o Governo Federal expandiu o Projeto Vida no Trânsito a todas as
capitais brasileiras. Lançado em junho de 2010, a ação é uma das iniciativas do
Ministério da Saúde para prevenir e reduzir a violência no trânsito.
Com recursos do Ministério da Saúde, as capitais poderão
ampliar as políticas de prevenção de lesões e mortes no trânsito por meio da
qualificação, planejamento, monitoramento, acompanhamento e avaliação das ações
a partir de fatores de risco. Em 2010, o projeto foi implantado em cinco
capitais – Palmas, Teresina, Campo Grande, Belo Horizonte e Curitiba -, que
conseguiram melhoras nestes indicadores.
A expansão do projeto é um dos desdobramentos do Pacto
Nacional pela Redução dos Acidentes no Trânsito – Pacto pela Vida, firmado
entre os ministérios da Saúde e das Cidades no ano passado. A meta é
estabilizar e reduzir o número de mortes e lesões em acidentes de transporte
terrestre nos próximos dez anos, como adesão ao Plano da Década de Ações para a
Segurança no Trânsito 2011-2020, recomendado pela Organização Mundial da Saúde
(OMS).
MONITORAMENTO – Ministério da Saúde monitora mortes e
internações por acidentes de trânsito a partir do Sistema de Informações sobre
Mortalidade (SIM) e do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS),
respectivamente.
“O Ministério da Saúde vem melhorando a coleta de dados e
qualificando as informações juntamente com as Secretarias Estaduais e
Municipais de Saúde. Com a ajuda das delegacias, dos institutos médicos legais
e dos hospitais, é possível qualificar mais a informação e fazer um melhor
diagnóstico da situação dos acidentes, e assim, atuar com políticas públicas
pontuais”, explica a diretora de Análise de Situação em Saúde do Ministério da
Saúde, Deborah Malta.
Além do crescimento de fatores de risco importantes como
excesso de velocidade e consumo de bebida alcoólica antes de dirigir, Deborah
Malta aponta o incremento na frota de veículos como fator para o aumento do
número de acidentes. Segundo o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), o
número de veículos registrados cresceu 16,4% entre 2008 e 2010, passando de
54.506.661 veículos para 65.205.757. No mesmo período, os óbitos foram de
38.273 para 42.844 – alta de 12%.
Já a frota de motocicletas foi ampliada em 27% – de
13.079.701 para 16.622.937 -, implicando elevação na proporção destas em diante
do total de veículos de 24% para 25,5%.
Ascom
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