Um dos grandes obstáculos no desenvolvimento de próteses capazes de substituir por completo um membro perdido pode ter sido finalmente superado. Cientistas da Agência de Projetos de Pesquisa Avançada de Defesa dos Estados Unidos (DARPA) anunciaram na última sexta-feira, 11, a criação de uma mão robótica que devolve o sentido de tato ao usuário.
Uma rede de eletrodos foi conectada ao cérebro de um voluntário de 28 anos, cuja identidade não foi revelada. Parte dos fios foi ligada ao seu cortex sensorial, região responsável por identificar sensações, como pressão sobre a pele; e parte foi ligada ao cortex motor, que, como o nome diz, controla nossos movimentos.
Os eletrodos foram então conectados a um braço mecânico capaz de ser controlado pelo pensamento do usuário. Com seu voluntário vendado, os cientistas tocaram delicadamente na ponta de cada um dos dedos da prótese, pedindo ao paciente que identificasse qual dedo estava sendo tocado. Ele conseguiu identificar corretamente o toque em quase 100% dos testes.
Em certo momento, os pesquisadores resolveram “brincar” com seu voluntário e apertaram dois dedos ao mesmo tempo. Mesmo assim, o paciente foi capaz de sentir os dois dedos sendo tocados. “Foi assim que percebemos que as sensações que ele tinha através da mão robótica eram próximas do natural”, explicou Justin Sanchez, responsável pelo estudo.
Apesar do sucesso, ainda há muito trabalho a ser feito. O sistema só consegue transmitir ao usuário a sensação de toque nos dedos, sem fazer o mesmo com a palma da mão ou o braço. Além disso, o paciente não consegue indentificar outras informações, como textura e temperatura do objeto ou superfície que está tocando.
Ainda assim, segundo os cientistas, a descoberta foi um importante passo na busca por próteses quase naturais. “Esse trabalho mostra o potencial de restaurações biotecnológicas de funções motoras. Investimentos do Darpa em neurotecnologia podem ajudar a nos levar a mundos totalmente novos em termos de função e experiência para indivíduos vivendo com paralisia, com o potencial de beneficiar pessoas com danos cerebrais ou doenças semelhantes”, explicam os pesquisadores.
Fonte : Olhar Digital
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