Foto:Reprodução
As múltiplas atividades que as mulheres vêm exercendo nos últimos anos têm contribuído para o aumento dos infartos femininos, segundo especialistas. De acordo com o Sistema de Informações Sobre Mortalidade (SIM), na Paraíba, em uma década o número de óbitos entre mulheres aumentou 218,32%. Em 2001, foram registrados 273, em 2011 foram 869.
Este ano, o Estado já registrou 363 mortes. De acordo com os médicos, a inserção no mercado de trabalho, estresse, consumo abusivo do cigarro, hipertensão e obesidade são fatores que contribuem para este crescimento. Na tarde de ontem, o Hospital Prontocor, na Capital, especializado em Cardiologia, retomou os atendimentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), depois de oito meses paralisados.
De acordo com o diretor administrativo do Prontocor, Saulo Roberto de Sousa, a unidade disponibilizará 40 leitos para pacientes do SUS, fará de 100 a 130 cateterismos mensais e, no mínimo 30 e no máximo 35 cirurgias cardíacas por mês. Segundo o cardiologista de plantão no Prontocor, Herson Almeida, só na tarde de ontem, de cinco pacientes graves que chegaram ao hospital, quatro eram mulheres.
A dona de casa, Maria do Socorro Marques, 47 anos, foi ontem ao Prontocor, com o marido, que é cardiopata, e revelou: “Nunca fiz consulta com cardiologista, cuido apenas da saúde do meu marido”, disse.
Fatores de risco
- Hipertensão arterial
- Diabetes
- Colesterol e triglicérides elevados
- Tabagismo e obesidade
- Estresse
Prevenção
- Mantenha sua pressão arterial, açúcar e colesterol no sangue sob controle
- Não fume
- Faça uma dieta com baixo teor de gordura, rica em frutas e verduras e com pouca gordura animal
- Exercite-se diariamente ou várias vezes por semana. Com as orientações de um médico.
- Reduza seu peso se estiver acima do peso
Doença pode ser silenciosa
Segundo o cardiologista, João Cavalcanti de Albuquerque, o infarto agudo do miocárdio é uma obstrução nas artérias coronárias (do coração), que pode ser causada por vários fatores. “O infarto acontece quando os vasos sanguíneos que fornecem sangue ao coração ficam bloqueados, impedindo que chegue oxigênio suficiente ao órgão”, frisou. A doença pode ser silenciosa em alguns casos. “As pessoas com diabetes podem ter a doença e evoluir sem dor, pois os sintomas são pequenos e não aparecem tão latentes, como nas outras pessoas. Além disso, uma pessoa que não tem colesterol alto não necessariamente está livre de ter um infarto”, alertou.
Sintomas
Segundo João Cavalcanti, os sintomas mais característicos, como dor no peito, com radiações para o braço ou mandíbula, suor frio, náuseas ou vômitos são os mesmos entre homens e mulheres. “Os sintomas são os mesmos para ambos os sexos. Um sintoma que deve ser levado em consideração são as dores abdominais, que podem ser confundidas com doenças no estômago, por isso, as pessoas devem ter o cuidado de fazer sempre uma avaliação médica”, explicou.
Menopausa aumenta risco de infarto
De acordo com o cardiologista, Antônio Eduardo Monteiro, vários fatores podem contribuir para o infarto, mas na menopausa, o risco entre mulheres é maior. “Nessa fase existe o fator hormonal. A doença pode ocorrer em decorrência da perda de hormônios, como o estrógeno, hormônio de proteção produzido durante a vida fértil”, revelou. “Hoje temos um índice maior de mulheres acima do peso, fumantes, que estão expostas a um acúmulo maior de estresse. Isso está entre os fatores de risco para o infarto”, observou.
Fonte:JornalCorreio
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