Foi realizado neste domingo, 2, no ISEA (Instituto de Saúde
Elpídio de Almeida), o primeiro parto na água feito em um hospital público de
Campina Grande e, de acordo com a coordenadora do Projeto de Humanização da
Assistência ao Parto no ISEA, a médica Melânia Amorim, provavelmente o
primeiro parto na água acontecido em qualquer hospital da cidade.
O parto
foi assistido por Melânia Amorim, pelas estudantes de Medicina
e de Enfermagem, Cybelly e Luanda, e pela neonatologista Hiba Braga. “O parto
em si foi suave e lindo”, descreveu a médica.
A Agente Comunitária de Saúde Dianne Kelly Nogueira Ferreira,
de 28 anos, é natural de Esperança, deu entrada no ISEA no
sábado à noite, grávida de pouco mais de oito meses e sentindo cólicas. No
domingo, já estava em trabalho de parto quando foi procurada pelos
profissionais do Projeto de Humanização da Assistência ao Parto, que a
apresentaram as diversas técnicas. Ela optou pela cadeira, mas durante o trabalho
de parto, ouviu uma conversa das profissionais de que, caso tivesse optado pela
água, as dores seriam menos intensas.
Dianne então foi levada para a banheira e contou que,
durante as contrações, chegou a sair da água, mas quando entrava, a intensidade
das dores diminuía bastante, chegando a até 50% quando estava dentro da água.
Durante o parto, ela teve as companhias do marido, que cortou o cordão
umbilical, e de uma cunhada. Às 18h30, pesando 3,250 kg e medindo
aproximadamente 48 cm, nasceu o seu primeiro filho, Aureliano Nogueira Neto,
cujo nome é uma homenagem ao bisavô paterno.
A médica Melânia descreveu a experiência como um momento
histórico para a humanização do parto em Campina Grande. “Um dos motivos, além
da gratificação por estar proporcionando assistência humanizada a mulheres e
bebês em um momento tão mágico e transformador em suas vidas, foi que
conseguimos assistir o primeiro parto na água aqui em Campina
Grande, e isso aconteceu no SUS!”, disse a coordenadora do projeto.
O Projeto de Humanização da Assistência ao Parto no ISEA
começou em 2007, mas por um ou outro motivo, nenhum parto tinha sido feito na
água. Embora as banheiras sejam utilizadas para imersão durante o trabalho de
parto, nenhuma parturiente tinha querido ter o parto na água. “Como é
pressuposto básico de qualquer trabalho na área de Humanização da Assistência ao
Parto, é essencial respeitar as decisões das gestantes, que devem exercer o seu
protagonismo e tomar decisões conscientes sobre o local de parto, depois de
receberem todas as informações pertinentes”, explicou a médica.
Antes mesmo de ter a cadeira de parto, os partos eram assistidos na
banqueta (também apresentada na foto), e hoje, caso a cadeira e a banqueta não
estejam disponíveis, ocupadas por outras parturientes, na hora do parto, ou se
por acaso a parturiente não gostar nem de uma nem de outra opção, os partos
podem ser realizados com a mulher na posição de cócoras sustentada, ou deitada
de lado, ou em pé, ou na posição de quatro apoios ou na água. “Enfim, quem
escolhe é a mulher, e essa escolha deve ser respeitada pelo profissional que
presta assistência ao parto”, finalizou a médica Melânia Amorim.
Secom - Via:PortalNE
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