sábado, 7 de abril de 2012

O LUGAR QUE VIVI - Rau Ferreira



Na Esperança me criei
Desde menino eu vivi
Nessa terra de Banabuiê
Vou dizer para você
O que eu conheci.

Na rua do Sertão passei
Boa parte meu existir
tinha feira, parque e lazer,
Era tão bom meu viver
Sempre feliz a sorrir.

Na balaustrada aventurei
No "Maia" me diverti
Joguei bola até crescer
Era doce o meu viver
Impossível resistir.

Lá nas "Freiras" estudei
Fiz muita coisa boa ali
Nos pés de manga devia ter
Um ou dois para correr
Quando o servente vinha ali.

No "Campo de Bé" joguei
Quando da escola a fugir
Confesso pra você
Jogava ruim pra de-dê
Mas adorava brincar ali.

No Araçá me deitei
Vendo a capelinha a luzir
As nuvens figuras vão ter
E o vigia logo à aparecer
Nos expulsando dali.

Na igreja me confessei
- meus pecados resolvi! -
Inda menino, me diga você,
Se tem pecado pra dizer
Na inocência que vivi?

Na doença ajudei
Meu pai a se vestir
Nada pra comer, nada a fazer;
Consegui então sobreviver 
Mas painha vi partir.

A menina que namorei
Pra S. Paulo vi partir
Outras me pus a querer...
O amor e o saber
Os dois provei e senti!

Ah! tudo quanto sonhei
Hoje em dia eu cresci
Não venha me dizer você
Que havia mais prazer
Ser esperancense daqui.

Não sei se agradei
Os versos que "fica" aqui
Tudo quanto passei a ter
Hoje tentei reviver
Neste cordel que resumi.

Rau Ferreira

Um comentário:

  1. Obrigado Jean pela deferência; sou leitor assíduo do AN e acompanho de perto este sucesso.

    Parabéns!

    Rau Ferreira

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