Os Estados com as taxas mais elevadas de violência contra as
mulheres são o Espírito Santo, Alagoas e o Paraná, respectivamente com
taxas de 9,4, 8,3 e 6,3 homicídios para cada 100 mil mulheres. A Paraíba ocupa
o 4º lugar nacional neste ranking de homicídios, com uma taxa de 6,0
assassinatos para cada 100 mil mulheres. De acordo com dados do Sistema de
Informações de Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde, a violência contra as
mulheres faz do Brasil o 7º em “feminicídio” num ranking de 84 países, atrás de
El Salvador, da Guatemala, Rússia e Colômbia.
Em 30 anos, mais de 91 mil mulheres foram assassinadas no
País. De acordo com dados da Secretaria de Estado da Segurança e Defesa Social
(Seds), em 2011, 146 mulheres foram assassinadas na Paraíba.
Só nos primeiros seis meses de 2012, foram contabilizados 80
crimes de homicídio contra mulheres. As estatísticas oficiais, entretanto, não
conseguem tipificar quais crimes são de gênero e quais são considerados crimes
comuns. Os números assustam até mesmo os especialistas.
No fim de junho, a relatora especial da ONU (Organização das
Nações Unidas) sobre violência contra a mulher, Rashida Manjoo, afirmou ao
Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra, que mais mulheres e meninas
estão sendo assassinadas pelos parceiros ou familiares. Segundo Manjoo, a
violência de gênero atingiu proporções “alarmantes”. De acordo com o relatório,
enquanto a maioria dos homens é assassinado nas ruas, no caso das
mulheres, na maior parte das vezes, esse crime ocorre em casa.
Uma pesquisa da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostra
que no Brasil 29% das mulheres relatam ter sofrido violência física ou sexual
pelo menos uma vez na vida. Destas, 25% não contaram a ninguém sobre o ocorrido
e 60% sequer saíram de casa por uma noite em razão da violência. Menos de 10%
das mulheres pesquisadas recorreram a serviços especializados de
saúde ou segurança. A experiência internacional nessa área indica que, em
média, a mulher leva 10 anos para pedir socorro.
Papel do Estado
De acordo com a secretária de Estado da Mulher e Diversidade
Humana, Iraê Lucena, o trabalho é realizado de forma integrada com as
secretarias de Saúde e Segurança e Defesa Social para reduzir os índices de
violência contra a mulher. “Dentro da área de Saúde, foi integrado o
enfrentamento à violência contra a mulher. Também criamos o Fórum Estadual de
Organismos Governamentais de Políticas para Mulheres, que possui 20 organismos
de apoio em municípios que não tinham nenhuma referência. Instalamos a Casa
Abrigo, que hoje funciona normalmente, atendendo mulheres com a ajuda de uma
equipe integrada com profissionais de várias especialidades”.
Fonte:JornalCorreio
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