terça-feira, 24 de novembro de 2015

Ministério da Saúde registra 96 casos de microcefalia na Paraíba


O ministro Marcelo Castro (ao microfone) durante
entrevista nesta terça-feira em Brasília
(Foto: Raquel Morais/G1)

A Paraíba já tem 96 casos de microcefalia registrados, de acordo com dados do Ministério da Saúde divulgados na manhã desta terça-feira (24). O boletim epidemiológico anterior, divulgado no dia 17, dava conta de 21 casos notificados.

De acordo com a Ministério, a Paraíba é o segundo estado em registros, abaixo apenas de Pernambuco, onde já há 268 registros. Em todo o país, o Ministério já contabiliza 520 casos em 160 cidades de nove estados. Há uma morte sendo investigada.

Nesta terça-feira, o Ministério divulgou também que a principal hipótese para o surto continua sendo o contágio por zika vírus – identificado no Brasil pela primeira vez em abril. Em dois casos de bebês com microcefalia em Campina Grande, já tinha sido confirmado a presença de zika vírus na placenta. A microcefalia faz com que o bebê nasça com o crânio menor do que o normal.

Relação inédita
No balanço do dia 17, o Ministério da Saúde informou que a epidemia de contaminação por zika vírus registrada no primeiro semestre é a "principal hipótese" para explicar o aumento dos casos de microcefalia na região Nordeste. No mesmo dia, exames feitos com o líquido amniótico de dois bebês com a doença em Campina Grande confirmaram que houve infecção por Zika vírus durante a gestação.

O diretor do Departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch, informou que as investigações sobre a relação da infecção pelo vírus com a microcefalia estão sendo feitas com cautela. "Vocês podem perguntar se isso fecha a correlação entre as duas coisas, e minha resposta é: 'quase'. Estamos sendo bastantes cautelosos, mas não se encontrou nenhuma outra causa até o momento. Tivemos uma circulação importante do vírus no Brasil no primeiro semestre, coisa que aconteceu pela primeira vez na nossa história", disse Maierovitch.

Maierovitch disse ainda que a relação entre o vírus zika e a má-formação genética "é inédita no mundo" e não consta na literatura científica até o momento. "Nossos cientistas, cientistas do mundo que se interessarem, devem nos ajudar a provar essa causa e efeito."

Apesar disso, o Ministério da Saúde não trabalha com a hipótese de que o vírus zika em circulação no Brasil tenha sofrido mutação e se tornado mais perigoso. “O Zika foi identificado em pouquíssimas partes do mundo. Foi no Brasil e no primeiro semestre que ele circulou com mais intensidade. Essas consequências 'novas' podem não ter sido identificadas antes porque a circulação ocorreu em áreas limitadas", afirmou o diretor.

Do G1 PB

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