Em meio à tentativa do Congresso Nacional de revogar o Estatuto do Desarmamento para afrouxar a lei que trata do porte de armas no Brasil, foi divulgado nesta segunda-feira (9) o Mapa da Violência 2015, elaborado pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso). Os dados revelam que mais de 880 mil pessoas morreram vítimas de disparo de arma de fogo no País entre 1980 e 2012. As principais vítimas são os jovens de 15 a 29 anos: o crescimento das mortes foi de 4.415 vítimas em 1980 para 24.882 em 2012. O aumento foi de 463,6% nesse período.
No geral, o aumento do número de mortes da população brasileira causadas por arma de fogo praticamente quadruplicou, com um crescimento de 387%. Foram 8.710 no ano de 1980 e 42.416 em 2012.
No conjunto da população, a taxa de mortes por armas de fogo quase triplicou na relação para cada 100 mil habitantes. Passou de 7,3 em 1980 para 21,9 em 2012. Entre os jovens, o crescimento foi ainda maior: 272,6%. As taxas passaram de 12,8 óbitos por 100 mil jovens para 47,6 em 2012.
Causas
Os homicídios representam praticamente todas as mortes causadas por armas de fogo no Brasil: 94,5%. O aumento de casos no País foi de 556,6% na população geral e de 655,6% entre os jovens.
Os homicídios representam praticamente todas as mortes causadas por armas de fogo no Brasil: 94,5%. O aumento de casos no País foi de 556,6% na população geral e de 655,6% entre os jovens.
Os suicídios com armas de fogo aumentaram 49,8%. Já as mortes acidentais caíram 26,4%. As mortes por armas de fogo de causa indeterminada, que não possuem especificação (suicídio, homicídio ou acidente) tiveram uma significativa queda de 31,7%.
Impacto
Segundo a pesquisa, o imenso arsenal de armas de fogo existentes no País faz com que o Brasil tenha indicadores de mortes matadas equivalentes ou superiores aos de países que vivem situação de guerra ou conflito civil armado.
Segundo a pesquisa, o imenso arsenal de armas de fogo existentes no País faz com que o Brasil tenha indicadores de mortes matadas equivalentes ou superiores aos de países que vivem situação de guerra ou conflito civil armado.
Para os autores, a gravidade se torna ainda maior quando se sabe que, em sua maioria, os jovens negros são as principais vítimas dessa escalada, que se associa ao racismo, à violência e à impunidade do ambiente social brasileiro.
Fonte : IG
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