Duas pessoas foram presas, de 22 e 23 anos, na manhã desta quarta-feira (26), suspeitas de integrar quadrilhas envolvidas em milícias e grupos de extermínio de homossexuais no Brejo da Paraíba. A ação, coordenada pela 8ª DSPC de Guarabira, foi realizada na cidade de Sertãozinho, a 120 km de João Pessoa, e denominada ‘Operação Papa Sereno’ - devido a participação de vigilante de rua nos crimes - contou com a presença de policiais militares.
Segundo o delegado Seccional do Brejo, Wallber Virgolino, as investigações começaram no primeiro semestre deste ano quando homossexuais foram mortos de maneira semelhante.
“Os homossexuais e pessoas ligadas a eles foram mortos degolados, com sinais de brutalidade e ainda uma cruz era feita nas costas das vítimas. Recebemos informações privilegiadas e conseguimos identificar o grupo”, disse. O último crime praticado pelo grupo, segundo a Polícia Civil, ocorreu na segunda-feira (24), onde um homossexual foi encontrado degolado dentro de um matagal.
O delegado explicou que os suspeitos integram um grupo de extermínio e uma milícia formada por vigilante de rua na cidade de Sertãozinho. “No levantamento da Polícia Civil, os vigilantes de ruas formaram uma pequena milícia na cidade e outras vizinhas. Pessoas eram obrigadas a pagarem pedágios sob ameaças. Esse mesmo pessoal também estaria ligado às mortes dos homossexuais nas cidades de Belém, Sertãozinho e Pirpirituba”, disse.
Conforme levantamento feito pela Polícia Civil, nos últimos meses, três homossexuais foram assassinados no Brejo do estado. “Esses são os números oficiais que temos, mas outros podem ter sido assassinados. A partir de agora o levantamento será aprofundado para prender o restante do grupo. Não vamos admitir que em pleno século 21 a homofobia fique latente. Essa prática aqui no Brejo da Paraíba é inaceitável e seremos rigorosos para punir os culpados pelas mortes", finalizou Wallber.
Além da dupla presa, os policiais apreenderam munições. Os presos serão interrogados e deverão ser levados para presídios de Guarabira.
Do Portal Correio
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