sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

UBAM entrará com pedido de prorrogação dos mandatos de prefeitos e vereadores no Congresso; União pretende estender o atual mandato até 2018 e unificar eleições



Classificando como um grande "equívoco" a realização de um processo eleitoral num ano de extrema crise que o país está enfrentando, o presidente da União Brasileira de Municípios (Ubam), Leonardo Santana, disse que vai ingressar com uma proposta emergencial, através da bancada municipalista no congresso nacional, com o objetivo de barrar a realização das eleições municipais este ano e a prorrogação dos mandatos dos atuais prefeitos e vereadores de todo Brasil.

O dirigente municipalista garantiu que a Ubam foi à única entidade de municípios que levantou essa bandeira, desde o início dos mandatos atuais, tendo a preocupação com a quebradeira que paira sobre 90% das 5.568 prefeituras do país, devido, segundo ele, a falência do pacto federativo, a incoerência do governo da União, que há 12 anos vem promovendo um verdadeiro desfalque nas contas dos menores entes da federação, através das desonerações e pacotes de bondade às indústrias e distribuindo outras inúmeras responsabilidades aos gestores que já não suportam mais a "corda no pescoço" que está sendo imposta pelo cargo.
Leonardo criticou o projeto da reforma política e a atuação do congresso que, segundo ele, só não tem a cara do federalismo. Ele destacou a importância de se promover um processo de eleições gerais para acontecer em 2018, sendo necessária a prorrogação dos mandatos dos atuais prefeitos e vereadores, para que se possam evitar erros graves que começam nos gastos exorbitantes e no desmantelamento da máquina pública com as improbidades que são cometidas durante cada processo eleitoral. 

Segundo o presidente da Ubam, o gasto estimado com as eleições deste ano pode ultrapassar R$ 2 bilhões, recursos que deveriam ser gastos com a saúde falida do país e o combate à pobreza que se alastra mais ainda com a crise que se projeta para a maior dos últimos 50 anos.

"Pra se ter uma idéia dos gastos desnecessários com uma eleição, em 2012, o custo das eleições para prefeito e vereador foi o mais alto da história do país, com um total de R$ 597 milhões, incluindo primeiro e segundo turno, contra os R$ 480 milhões que foram consumidos nas eleições de 2010, para presidente, governador, senador e deputado federal e estadual, ou seja: R$ 117 milhões a mais foram gastos. Isso é um absurdo".

"Tomando por base dados do TSE, em 26 capitais brasileiras, os candidatos a prefeitos gastaram R$ 1,25 bilhão. Já em 2010, os gastos declarados pelos candidatos a governador dos 26 Estados e do DF somaram R$ 735 milhões. Então, a Ubam tem razão de não querer eleições em 2016, ou só a entidade está errada. Pois, com esses dados, o Brasil não suporta mais a realização de uma eleição a cada dois anos, por isso defendo eleições gerais em 2018." Disse o presidente.
Leonardo defendeu uma ação urgente do congresso nacional, o único, segundo ele, que pode mudar todo esse processo eleitoral, inclusive com a edição de uma medida emergencial tomando por base a situação do país, com o fim de evitar um caos ainda mais acentuado nas contas públicas.

Do Marcio Rangel

Nenhum comentário:

Postar um comentário